quinta-feira, 28 de agosto de 2014

VEM COMIGO, MONSTRO!

2h da matina e o sábado não estava para começar para Gabriel. Felipe, seu colega de apartamento, bateu na porta do quarto desesperado.
- CARALHO, GABREU! ACORDA! ACORDA! - gritava freneticamente o ilhéu.
Gabréu pulou da cama com um sentimento misto de raiva e tensão. Ao abrir a porta, Felipe estava mais branco que a sharapova da Sharapova (não que eu saiba a cor, né?).
- O que foi, Monstro? - perguntou sonolento Gabriel.
- EXATAMENTO ISSO! Meu, cê não sabe o que aconteceu! - disse Felipe.
- Tá, o cara do Charlie Brown invadiram a cidade? - Ironizou o carvoeiro.
- NÃO, O LÉO STRONDA! -
- Caralho, Felipe. Tu me acordou as 5h da manhã de um SÁBADO para fazer essa piada sem graça? -
- Cara, eu não tô brincando! É SÉRIO! Vem ver na TV! -
Gabriel acompanhou Felipe até a sala, onde a TV de 16 polegadas mostrava imagens aéreas de Florianópolis sendo ataca por Léo Strondas com 25 metros de altura.
- Felipe, me dá um tapa na cara, isso só pode ser um sonho! -
Por garantia, Felipe acertou dois tapas na cara de Gabreu. Espantado com a realidade, o rapaz de Charcoal City nem se importou com o tapa extra. Florianópolis estava sendo destruída por clones gigantescos do Léo Stronda. Os helicópteros das emissoras do estado e do Brasil transmitiam ao vivo o show de horrores que acontecia na ilha. Um dos monstros subiu no Majestic como se fosse um King Kong e arremessou uma vaca ruiva em direção ao helicóptero da RIC Record, que rodopiou em queda livre e explodiu no chão. Pobres vítimas da nossa sede por informação. Gabreu gritou do fundo dos seus pulmões "CARALHO!".
O ataque dos Léo Stronda estava acontecendo no centro da cidade. As pontes já estavam destruídas. Dois Léos Strondas estavam usando as pontes como barra para o supino reto. As únicas saídas da ilha eram por barco ou avião.
- Cara, teremos que pegar a rua principal da Carvoeira em direção a Costeira e de lá, ir para a base aérea da cidade, que fica do lado do aeroporto. Eu sei como chegar. Só não temos com o que chegar! - disse Felipe, já mais calmo e tentando usar todo seu aprendizado no MEJ para resolver problemas.
- Já sei! A Eloá! - Sugeriu Gabreu.
Lá foram os dois em direção o bloco A4. Para sua tristeza, a vizinha-mãe não estava lá, e só restou aos herois ficar pensando ainda mais numa maneira de conseguir um veículo para tentar se salvar do ataque de monstros pescoçudos. Num belo insight, Felipe teve a ideia de estourar a porta do bicicletário.
- Lembra da minha ideia de percorrer a ilha de ponta a ponta em uma bicicleta? Então, não será hoje que farei isso, mas podemos ir até o aeroporto. Assim estaremos vivos para fazer esse percurso quando o as forças armadas destruírem os monstros. - contou Freitaix.
Pelo seu 3G, Felipe descobriu que devido ao grande consumo de fibra e batata-doce, os mísseis e projeteis tinham dificuldade de furar o corpo dos Monstros da Stronda (MdS). A presidente Dilma pediu apoio do exército americano, mas Obama respondeu "Vai pedir ajuda ao porto cubano. Bitch I want some corn dogs". Ironicamente, o exército alemão estava enviando ajuda ao Brasil, pois depois de Florianópolis, as cidades de Curitiba e São Paulo também foram invadidas por MdS. Demoraria 7 dias e 1 hora para a ajuda alemã chegar
Felipe e Gabreu não conseguiam arrebentar a porta do bicicletário, até que Leo Filomena apareceu carregando uma moto com um side-car, afinal, Bros só andam de moto juntos quando ela tem um side-car. É uma Brotorcycle.
- A chave está na ignição! Fujam, eu ficarei para lutar - Contou Filó, que depois voou em direção ao centro para lutar contra os Strondantes.
- Cara, que loucura é essa? - perguntou Gabriel.
- Dude, EU NÃO SEI! - foi a resposta de Felipe.
Enquanto seguiam em direção à base aérea para pegar o avião de fuga, Felipe e Gabriel começaram a conversar sobre seus planos de vida que poderiam não ser realizados.
- Cara, e a sharapova da Sharapova? EU NÃO POSSO MORRER SEM VER ISSO! - lamentava dramaticamente o narigón.
-Velho, nem pensa nisso. Nós vamos sair dessa! Confie em você! - Gabriel tentou acalmar Felipe.
Caças rasgavam o céu em direção ao centro. Tiros e explosões se ouviam mesmo no trevo da seta. Quem está por trás desse ataque? Não conseguiam saber e nem precisavam. O que era necessário era sobreviver.
Ao chegar na base aérea, havia uma enorme fila. Os soldados tentavam organizar as pessoas para a saída de avião da ilha. Mas Felipe se distraiu com não uma, mas duas luzes verdes.
- Gabreu, olha aquelas luzes! É impressão minha ou uma tem a forma de F e a outra de G? -
- Cara, sim. Também tô vendo. -
Eles conseguiram passar pelos soldados. Só precisavam caminhar em direção as luzes. O que nossos herois encontrarão atrás da luz verde?
Bro, vamos ver?

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Como é cobrir um UFC?

O trabalho final da matéria de Editoração Eletrônica era produzir um micro jornal. O jornal se chama Contramão e seria voltado ao jornalismo gonzo. Minha matéria seria sobre minha cobertura do UFC Fight Night 36, que teve na luta principal Lyoto Machida contra Gegard Mousasi. Meu texto original ficou muito longo, teve 3 páginas, não sei se teve mais de 10 mil caracteres. Cortando, ele ficou com 4 mil. Infelizmente, eu acabei salvando por cima, e jamais teremos a versão original.... Na verdade ATÉ teremos, mas eu não tô querendo escrever tudo novamente tão cedo. Quem sabe depois que eu cobrir o UFC Brasília eu escreva um novo. 
A versão cortada ainda ficou grande demais para um jornal que seria feito com formato A4 e ainda teria fotos. Com isso, tive a brilhante ideia de por só uma parte e trazer no jornal e no fim por o link para ler a matéria na íntegra no meu blog. 

This is what dreams are made of

Acompanho MMA desde 2006, na época que o Pride FC ainda era o maior evento de MMA do mundo. Virei um fã hardcore lá por 2008 e em 2010 comecei a escrever para o www.MMABrasil.com.br quando cobri o Floripa Fight VI. De 2010 até hoje, muita coisa mudou na minha relação com o MMA. No começo eu mantinha uma imparcialidade mesmo torcendo para um lutador, hoje sou mais frio, não torço para nenhum lutador, mas sim para um bom combate. Estar em um UFC sempre foi um sonho. E eu tinha a credencial para assistir o UFC do lado do Octagon.


O dia mais aguardado


Quinta-feira, dia 13 de fevereiro. As atividades do evento começam Sociedade Cultura Artística (SCAR), um centro cultural de Jaraguá, onde iria acontecer o Media Scrum e o treino aberto para a imprensa. Chego lá uma hora antes do check-in de imprensa. Não cheguei cedo porque estava ansioso (apesar de estar), mas porque eu não tinha o que fazer em Jaraguá.

Decidi entrar porque o segurança falou que não tinha problema e o credenciamento era no segundo andar. Uma mina da assessoria disse que ainda não podia fazer o check-in e deveria esperar no andar de baixo. Esperando no primeiro andar, passou a Jhenny Andrade, ex-modelo da VIP e agora Octagon Girl e o Junior Cigano.

Depois de o jornalistas deixarem seus computadores a postos, na sala de imprensa, fomos para o pequeno teatro ver o treino aberto dos lutadores. Que coisa mais entediante. Ver uns caras socando manopla e aquecendo. Gegard Mousasi, que enfrentaria Lyoto Machida na luta principal, achava a mesma coisa e ia sair antes da hora. Porém, empresário fez o número três com os dedos, avisando que ele tinha que ficar mais tempo. “Puta que pariu, que coisa chata” parecia pensar Mousasi. A única coisa empolgante foi ver Georges St-Pierre (GSP) acompanhando seu colega de equipe Francis Carmont. GSP havia se aposentado recentemente, não esperava que ele estivesse ali. Dei um pulo um pulo. Adrenalina na veia e olhos arregarados. Sim, eu sei que um jornalista tem que ser imparcial. Mas PQP, era o ST-PIERRE! Um dos maiores lutadores do UFC, um ídolo tanto na luta quanto no caratér.

De volta à sala de imprensa, o protagonista nas conversas era GSP. “Será que ele estará no Media Scrum acompanhando o Francis?”. Media scrum nada mais é do que um bate papo com os lutadores. Cada um fica no stand e os jornalistas vão conversar com eles. Na porta da sala está Georges. Alguns jornalistas falam com ele. Vejo que Jorge está lá com sua câmera. Ele pede para eu tirar uma foto dele com o ídolo. “Claro! Depois tu tira uma minha?”. Jorge tirou três fotos minha. Media Scrum encerrado, era hora de voltar pra sala de imprensa e aproveitar a internet do local para terminar as matérias.


Chegou a hora
Passei o dia ansioso, contando os minutos até o check-in da imprensa, as 20h. O pessoal da transmissão do canal Sportv estava na sala de imprensa. Kyra Gracie estava com o rosto mais cheinho. Sempre ouvi dizer que a TV engorda, não que emagrece. Mais tarde descobri que ela estava grávida. A notícia só foi divulgada uma semana depois.

Minha credencial permitia ficar nas mesas ao lado do octógono. Para ser sincero, não é o melhor lugar para ver a luta. Quando os lutadores iam para o lado oposto a mesa, eu tinha que assistir no telão. A atmosfera no ginásio é fantástica. Todos torcendo e batendo o pé, fazendo o telão tremer. Com o fim das lutas, era hora da coletiva pós-evento. Fiz a última pergunta da coletiva e você pode conferi-lá na íntegra no canal do UFC no youtube (www.youtube.com.br/user/ufc). Na saída, encontrei a Karyn Brynt, repórter da Fox Sports. Na estrada, voltando pra ca, a única coisa que eu pensava era “eu quero viver de UFC”. Enquanto pensava nisso, devo ter estourado o limite de velocidade em alguns radares. Em setembro estarei em Brasília. Espero mais uma dose de “quero viver de UFC”.